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Artigo técnico

Como estimar a potência de um grupo gerador?

Como estimar a potência de um grupo gerador?

Dimensionar corretamente um grupo gerador é crucial para garantir que o sistema funcione de forma eficiente e sem interrupções. Este processo vai além de somar o consumo dos equipamentos conectados; é necessário considerar fatores chave como as puntas de arranque, o tipo de carga, o fator de simultaneidade, e as condições operacionais em que o gerador será utilizado. 

Vamos explorar esses aspectos em detalhes para que você possa realizar uma estimativa precisa. Em qualquer caso, é imprescindível transferir os detalhes da instalação para profissionais que, em última instância, estudarão o projeto para propor a solução correta. 

Identificar o tipo de carga que você vai alimentar

Um dos primeiros passos é determinar o tipo de carga que o grupo gerador vai alimentar. Geralmente, classifica-se em dois tipos principais:

Diferença entre cargas resistivas e cargas indutivas

  • Cargas resistivas: São aquelas que convertem a energia elétrica em calor, como lâmpadas incandescentes, aquecedores elétricos e aquecedores. Essas cargas têm um comportamento linear, ou seja, não requerem potência adicional para seu funcionamento uma vez conectadas.
  • Cargas indutivas: Envolvem equipamentos que contêm bobinas, como motores, transformadores e compressores. Essas cargas têm um fator de potência baixo, o que implica que requerem mais corrente para funcionar, especialmente no momento da partida, onde as demandas de energia podem ser multiplicadas. Esse fenômeno é conhecido como pico de partida ou ponta de arranque.

Puntas de arranque: como afetam a capacidade do gerador

As puntas de arranque são aumentos temporários de potência que ocorrem quando certos equipamentos, como motores ou compressores, são iniciados. Esses picos podem chegar de 2 a 7 vezes a potência nominal do equipamento. Se não levarmos isso em consideração, corre-se o risco de o grupo gerador não fornecer a potência necessária nos momentos críticos.

  • Cálculo do pico de partida: Para calcular o pico de partida de um motor elétrico, por exemplo, é necessário multiplicar a corrente nominal do equipamento por um fator que depende de seu tamanho e tipo.

Determinar a sequência de entrada dessas cargas

Um aspecto que passa despercebido para alguns é a forma como essas cargas vão demandar energia. Todos os sistemas começarão a funcionar simultaneamente? Eles entrarão progressivamente? É importante responder a essas perguntas para determinar a sequência de entrada de todas essas cargas. Junto com a tipologia delas, isso nos ajudará de forma crucial no dimensionamento do equipamento.

Calcular o consumo total dos equipamentos

Uma vez que o tipo de carga tenha sido identificado, as pontas de arranque tenham sido consideradas e saibamos a sequência de entrada delas, podemos calcular o consumo total necessário pela instalação. Para isso, é essencial conhecer a potência em watts ou quilowatts de cada equipamento e somá-las. No entanto, é importante considerar que nem todos os equipamentos funcionarão simultaneamente, o que nos leva ao próximo ponto.

Fator de simultaneidade: otimizando a capacidade do gerador

O fator de simultaneidade é um coeficiente que indica a fração da carga total que estará em funcionamento simultaneamente em um dado momento. Ao aplicar esse fator, podemos reduzir a potência total estimada, pois nem todos os equipamentos estarão operando a plena carga ao mesmo tempo.

  • Como calcular o fator de simultaneidade: Esse valor é obtido a partir do conhecimento específico da instalação e do comportamento dos equipamentos. Em uma instalação residencial, por exemplo, o fator de simultaneidade costuma ser de 0,6 a 0,8, enquanto em instalações industriais pode ser menor, cerca de 0,5. No entanto, estamos falando de valores estimativos. É imprescindível realizar um estudo detalhado da instalação para determiná-lo.

Incluir uma margem de segurança na potência estimada

Além de considerar as pontas de arranque e o fator de simultaneidade, é recomendável incluir uma margem de segurança sobre a potência estimada. Essa margem permite cobrir imprevistos, como a instalação de novos equipamentos no futuro ou aumentos pontuais na demanda. Em todo caso, essa margem de segurança nunca pode levar a sobredimensionamentos injustificados do grupo gerador, pois tal sobredimensionamento não só resulta em um maior investimento, mas também implica prejuízos no funcionamento do gerador.

Por que é necessário uma margem de segurança?

A margem de segurança não só previne sobrecargas, mas também garante um funcionamento mais eficiente do grupo gerador. Quando um gerador opera perto de seu limite máximo, tende a aquecer mais, o que pode reduzir sua vida útil e aumentar a probabilidade de falhas. No entanto, como mencionamos antes, um sobredimensionamento excessivo pode fazer com que o grupo gerador opere com carga baixa, o que também prejudica o motor e sua vida útil.

Diferenciar entre potência contínua e potência de emergência

É fundamental distinguir entre dois tipos de potência que um grupo gerador oferece:

  • Potência contínua: Refere-se à quantidade de energia que o gerador pode fornecer ininterruptamente durante um longo período. Esta é a capacidade com que o gerador deve funcionar em aplicações onde é a fonte principal de energia.
  • Potência de emergência: Corresponde à quantidade de energia que o gerador pode fornecer em caso de falha de rede, mas apenas por períodos pontuais de tempo. É ideal para situações em que o grupo gerador funciona intermitentemente.

Quando você precisa de potência contínua e quando de emergência?

Se o gerador for funcionar como fonte principal de energia, por exemplo, em locais remotos sem acesso à rede elétrica, você precisará considerar a potência contínua do grupo gerador. Se o uso do gerador for destinado a s ituações de emergência, deverá dimensioná-lo com base na potência de emergência.

Como calcular cada tipo de potência de acordo com suas necessidades

  • Potência contínua: Calcule a demanda média dos equipamentos conectados e ajuste a capacidade do grupo gerador para suportar essa demanda de energia ao longo do tempo.
  • Potência de emergência: Considere o pico máximo de demanda no momento de maior consumo e selecione um gerador que possa fornecer essa potência durante curtos períodos de tempo.

Outros fatores a considerar ao dimensionar um grupo gerador

Além do mencionado acima, existem outros fatores que influenciam na correta seleção de um grupo gerador:

Altitude, temperatura e umidade: Os grupos geradores podem apresentar perdas de potência quando instalados em altitudes elevadas e em ambientes com altas temperaturas ou condições de alta umidade. Este fenômeno é conhecido como derating. Portanto, se o gerador for operar sob essas condições, devemos quantificar essas perdas de potência do motor e agir em conformidade.

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